sábado, 25 de outubro de 2008

Independente Futebol Clube


Numa entrevista ao programa do Jô Soares na rede Globo, o cantor e compositor Ivan Lins mostrava uma nova fase de sua carreira. Uma face desconhecida desse monstro da MPB, deixava transparecer uma alegria quase que infantil, um comportamento de um iniciante diante da maravilha que foi a repercussão do seu novo repertório, que hoje beira o sertanejo e o xote, um ritmo Pernambucano que trouxe o forró.
Quero deixar bem claro aqui que esse comportamento de Ivan Lins não é nem um surto de loucura ou desequilíbrio emocional, e sim um artista que anda de mãos dadas com seu trabalho e seu tempo.
Quando foi perguntado sobre o novo CD, Ivan Lins disse que o trabalho estava em fase de mixagem, e que logo que aparecesse uma gravadora ele seria lançado. Imagine você, um cara do gabarito e do legado de Ivan Lins ter que pagar do proprio bolso seu novo CD e ainda ter que esperar a boa vontade de uma gravadora pra lançar esse disco.
Esse não é um caso isolado, pois quem não conhece o tão maravilhoso e frevista baiano Morais Moreira, uma vez perguntado sobre sua carreira de tantos sucessos já gravados, ele respondeu ao mesmo Jô. Antigamente eu comia caviar três vezes por semana, agora só como a minha mulher quando ele deixa.
Se não fosse tão trágico seria cômico, é imperduável lendas vivas e absolutas com uma história gravada no coração e na memória de milhões de pessoas no mundo inteiro, tenham que usar dos seus próprios meios para voltar a fazer da nossa música um pouco mais aceitável.
É isso mesmo, quanto mais velho eu fico mais coisas eu deixo para traz, assim é a vida.
Deixo aqui minha angústia e desprezo a esse sistema maldito que só olha paro o próprio umbigo.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Rock Estrela.


O bom e velho anos 80 não para de surpreender, quando a coisa tá feia, a criatividade desapaerece, a fonte anda escassa, lá vem os velhos e sempre atualissimos compositores e cantores dos anos 80.
Vamos por parte, já dizia Jack " o estripador". O RPM não para de vender disco, Paralamas tá firme e forte na estrada, meu camaradinha Nando Reis é só alegria para os meus ouvidos, isso sem contar o sucesso que faz Cazuza quando eu invento de cantar músicas do cara nos barzinhos da vida. Olha que eu só tô falando daqueles que andam na mídia.
Tem uma coisa que funciona bem nesse mundo da música aqui no Brasil.( As trilhas sonoras das novelas) Eu sei que ja falei isso antes, mas preste bem atenção se eu realmente estou certo.
Não tem jeito, quando o negocio é segura a onda, lá vem eles com o novissimo som dos anos 80. E por falar em onda, se liga na tão praieira e colorida novela das seta da Globo, o Hawaii é aqui.
De tudo o que mais me agradou foi a volta do tão charmoso romantico Léo Jaime, que felicidade poder ouvir de novo o carisma desse que foi pra mim um caso a parte do som que me fez pensar como é bom misturar boa música, humor e sensibilidade, e claro, boa letra.
Seja bem vindo Léo Jaime, que esse seu novo CD nos traga de volta a alegria e a vontade de encontrar a formula do amor.

domingo, 7 de setembro de 2008

O homen que desafiou o diabo


Helder Vasconcelos é um amigo meu das antigas, posso até dizer que subiu no palco pela primeira vez comigo, empunhando uma guitarra, tocando no famigerado e clássico cinema de Afogados da Ingazeira. Hoje um templo que guarda antigas historias.
O diabo do filme que nos faz ri sempre que assistimos, é um músico de renome nacional. Helder que para mim é simplesmente Dinho, tem sua historia gravada no grupo Mestre Ambrosio. Quem não lembra desse pessoal de Recife que teve várias aparições no video show, em novelas da globo e que tocou em vários paises da Europa. Tudo que eu quero dizer hoje é que o mundo é um moinho, e que sempre devemos escrever nosso nome na história de varias maneiras, eu sei que o que eu fiz no passado está no passado e que o presente vai ser esquecido e o futuro nunca sera futuro, estamos sempre desafiando o diabo e lembrando de uma força maior que é Deus.
O homem que desafiou o diabo, tinha que ser meu velho brother..................................!

sábado, 23 de agosto de 2008

A arte é renovada com o tempo


O mundo da muitas voltas, por isso que o tempo não para.

Outro dia eu escutava uma rapaziada tocando e comentando uma música, o que mais me chamou a atenção foi quando um deles disse. "Massa essa nova musica que esta na novela das 9:00h da globo, quem sera que canta."
Essa música que ele se refere é o tema de um velho roqueiro que pirou o cabeção e praticamente parou no tempo, o personagem não é tão pirado assim e nem parou tanto assim no tempo, porque o tempo não para, esses rapazes que falo no começo é que não sabe que essa música tem praticamente 35 anos e foi gravada por uma das maiores bandas da terra. ( Secos & molhados)
"FALA" é de autoria de Jõao Ricardo e Lali e esta no primeiro disco da banda de 1973.
Eu não exagerei quando disse que foi uma das maiores.
Se naquele tempo uma nave-mãe tivessse pousado, por exemplo, na praça dos três poderes, em Brasília e despejasse através das suas portas alguns alienígenas, ela não teria causado um impacto, uma perplexidade e um maravilhamento que pudessem rivalizar com os provocados pelas primeiras apresentações ao vivo de um novo grupo de musica popular brasileira chamado Secos & Molhados. O impacto inicial era visual. Nunca se tinha visto aquelas roupas, aquelas maquiagens, aquelas cores e desenhos, e mais: a movimentação no palco, em especial a coreografia exótica e sensual de Ney Matogrosso era simplesmente desconcertante.


Fala ( Jõao Ricardo e Lali)

Eu não sei dizer
nada por dizer
então eu escuto

Se você falar
tudo o que quiser
então eu escuto
fala
fala

Se eu não entender
nada eu vou dizer
então eu escuto

Eu so vou falar
na hora de falar
então eu escuto
fala fala

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ney Gomes - O retorno




Depois de muita ansiedade, a minha volta aos palcos com banda e tudo que se direito, foi um sucesso.Quando você se limita apenas a ser, um músico de estudio e fazer pequenos shows acústicos, se perde o pique de um evento, é o que chamamos de um grande show. No último sábado dia 19, marcou minha volta a esse grande momento com a minha banda, foi um dia especial, numa noite especial onde a rapaziada da platéia pôde de verdade curtir o velho e bom rock, para não deixar uma outra parte da plateia de fora, também tocamos uma mistura de rítimos que ia de Zé Ramalho, Fagner e é claro entre todos o Velho Raul Seixas. Sei que ainda falta muito pra voltar a velha forma, mas entrar num evento grande, com um público de fazer inveja a qualquer um, não é mole não. Imagine você, estudantes de várias cidades do interior de Pernambuco, inclusive uma grande galera do Recife, reunidos todos no mesmo recinto, é uma grande responsabilidade, fazer shows pra essa platéia não é mole, são críticos e radicais, quando não gostam, manda logo aquela resposta dura de se ouvir.
Aos meus fãs e amigos que lá estiveram, meu muito obrigado e logo, logo estaremos juntos de novo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mudar é preciso


Eu respiro sanfona resfogando no forró
Oh! estado de graça é ser um homem e não ser só.

Já ouvi isso faz muito tempo de um rapaz latino Americano, sem dinheiro no banco e sem parente importantes. ( Belchior).
Quando um novo tempo pede novas atitudes, e um novo comportamento, é precisso mudar, porque precisamos todos, rejuvenecer.
Fazer e cantar músicas sempre foi o meu combustivel, a razão da minha alma, um lugar de refúgio. Nasci com uma vontade louca de gritar e canta rock, um rítimo frenético que marcou minha vida até aqui. Refazendo o caminho do meu grande Ídolo Raul Seixas, descobri que também posso mandar a mesma mensagem sem sair do tom, não podemos mais fechar os olhos nem tapar os ouvidos, criticar é fácil, então vamos mostrar o caminho certo como muitos já fizeram.
Nesses dias de loucuras que é necessário pra uma democrácia respirar, me foi dada a grande chance de conhecer a mim mesmo, uma paralela que mesmo sem se encontra acena com um sinal positivo.
Já estou trabalhando no novo CD, e talves quem sabe eu encontre a batida perfeita.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Noite de Lua cheia

Foto - Gabriela Veras



Hoje eu quero prestar uma homenagem a minha velha musa inspiradora. A lua cheia.
Há algo de misterioso nessa coisa que brilha nas noites do meu céu, uma lenda antiga que me envolve como um manto prateado, que me faz sonhar com mitos impressionantes da minha infância. No meu último CD eu gravei uma música que fiz numa noite de lua cheia, e o título não poderia ser outro ( Noite de Lua cheia ). Quantos poetas amantes e peregrinos se aventuraram nos seus sonhos e conquistas só por causa dessa luz prateada que domina nosso céu.
O sertanejo tem um amor ímpar por sua lua, sim por que nem todas as luas são iguais, eu conheço várias de vários cantos desse país, mas posso lhe afirmar, nem uma brilha tanto como o luar do sertão. Gonzagão é quem o diga.
Imagine você o que seria da lenda do Drácula, do lobisomem, da mula sem cabeça, da caipora, do monstro da lagoa negra sem essa lua maravilhosa que tanto assusta e encanta essa gente.
Para finalizar meu amor notório por essa lua, vou dizer uns versos do poeta pernambucano.


Lua bonita derramada nas calçadas
Anel de prata madrugava e eu sonhei
com borboletas que saiam das janelas
colorindo a primavera e sem teus braços acordei.


( Alceu Valença )

terça-feira, 17 de junho de 2008

Letras e Músicas.


Na vida de um artista tudo é superação.


Como ser um, como com ser dois ou um milhão, nós cantores, nós compositores, temos essa graça divina de fazer de um silêncio o maior som do mundo, a música que rege as cores dessa terra.


Não importa o que esses senhores estejam fazendo, não importa quanto esses senhores estão gastando, tudo tem que ter sua trilha sonora. Uma vez me falaram que uma super produção de Hollywood para que realmente esteja completa, os produtores gastam apenas 12% ( doze ) do orçamento do filme. Imagine você um filme como Indiana Jones ou Rocky Balboa sem uma trilha sonora!


Nesses dias que antecedem as eleições municipais do nosso país, nós manejadores das letras e músicas, somos convocados a dar alma e som para essa coisa chamada POLITICA.



Tive o desafio de criar um trilha inédita e fazer de outros sucessos uma coisa que vista como uma luva nos propositos desses senhores.


Na vida tudo é superação, e ai daqueles que fogem dessas manhãns que nunca chegam.

terça-feira, 3 de junho de 2008

De volta ao Passado


Sob o céu não há nada novo, não seja bobo meu rapaz.

O mundo hoje é um modelo de roupa nova com sapato velho. Pra quem gosta de comprar trilhas sonoras de novelas, já deve ter percebido que vivemos num passado novo, parece que a fonte secou, quase ninguem está trazendo uma novidade no mundo da música. Pra voce ter uma idéia a última novela global, lançou sua trilha sonora internacional, com grandes sucessos do passado com regravações novas, a chamadas da nova novela global, também traz como tema, um grande sucesso do passado.( sinônimo) com Zé Ramalho e chitaozinho e Xororó.

Hoje se você conversar com um jovem de doze anos pra cima, e pergunta pra ele o que que ele gosta no mundo da música, com certeza ele vai te dá a impressão que vive nos anos 70,80 e talvez 90. Plagiando o poeta eu diria o seguinte. Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparencias não enganam não, você diz que depois deles nâo apareceu mas ninguém.

Felizmente ainda não estamos todos contaminados com certas coisas, que insistem em querer permanecer num mundo que não lhes pertence.

domingo, 25 de maio de 2008

A força da arte e da juventude


Eu falava a noite passada da força e da ousadia da juventude, quando eu falo ninguem acredita, tem uma coisa que só o velho e bom rock n roll é capaz de fazer.
Aqui no sertão de Pernambuco ( Afogados da Ingazeira) Foi organizado um evento para reunir umas bandas, já não foi fácil fazer isso na terra do forró, imagine com tudo conspirando contra.
Foi fechada uma avenida para estacionar o trio e detonar muito som para os amantes do rock, eu estava num barzinho perto, tomando uma cerveja e esperando a hora chegar, mas de repente eu vejo já altas horas o caminhão descer a ladeira, me deu um vazio e uma raiva ao mesmo tempo, lá ficaram naquela esquina todos os músicos parados sem saber pra onde ir, já que o lugar era ali, a hora era aquela, então o que fazer.
Procurei falar com as pessoas que mandam de verdade no pedaço, as explicações foram dadas, tudo foi feito de acordo com as leis do momento, só que existe uma lei que não esta nos livros desses senhores, que é o amor pela arte de tocar. No mesmo lugar que ficou a bateria também lá ficaram as caixas de palco, não era muita coisa, mas já foi o bastante para alguém trazer uma extensão e dai pra frente ninguém mais segurou as pedras rolando, aquela calçada virou um enorme palco onde ninguem mais segurou a força do velho e bom rock nroll.
Tem histórias boas de conta e de fazer, mas uma coisa eu garanto: Quando tem que acontecer, acontece e não tem jeito. Parabéns rapaziada, que isso sirva de lição para esses senhores que teimam em querer parar a direção do trem.