
No inicio dos anos 80, o Rock nacional ganhava força, e existia uma explosão de bandas em todo Brasil, naquela época eu tava em Florianópolis trabalhando o meu novo disco, lá eu juntei uma rapaziada da banda PACTO SOCIAL. Estávamos fazendo um show no Chareal, um a espécie de bar e casa de show, coisa muito comum. Um dia chegou um cidadão chamado Zé Grande (ZG Produções) e nos fez um convite que para nós, ou pra rapaziada da banda ficou um pouco estranho, ele nos convidou pra abrir o Show da dupla sertaneja, Chitalzinho e Xororó. Êpa! Isso é sertanejo e nos somos rock´roll. Isso não vai pegar bem, dizia um. Acho melhor o senhor procura alguém do mesmo estilo, falou o outro. Então o Sr. ZG rapidamente acalmou a rapaziada.
Eu já fiz isso outras vezes e posso lhes garantir que tudo vai correr bem, é só vocês tocarem umas baladas e manter o público em movimento, não é tão difícil, eu já vi vocês tocando e garanto que vai dar certo. Tudo ficou bem quando ele falou do cachê e quem iria colocar o som, era tudo que agente queria tocar num estádio com um público de mais de 16 mil pessoas. Naquela noite eu pra variar tava todo de preto e muito nervoso, a banda tava tão tensa que parecia mais um paciente na cadeira do dentista, ficamos ali nos bastidores esperando a nossa vez. De repente aquela voz grave anuncia a banda. Que beleza! Tudo certinho o som perfeito, bateria, baixo, guitarra e voz, isso sim é que é show.
Fizemos o combinado, tome balada, só que as nossas almas roqueiras falaram mais alto, e tome rock, e tome rock e a platéia gostando, pulando e gritando. Então nesse dia nos descobrimos que música é musica não importa o estilo, só precisa ser feita com respeito, com letra, não fazer o que tão fazendo hoje aqui no Nordeste, tem gente acabando com o legado de Luiz Gonzaga, um cara que batalhou tanto pra universalizar o forró. Então vem um monte de gente que usa esse ritmo frenético e sensual que é o forró para banalizar num amontoado de letras maliciosas e uma interpretarão maliciosa. Eu sou um cantor de rock, MPB e adoro Blues, mas sou Nordestino e me dói ter que ligar o rádio e só ouvir essa baixaria. Se isso é arte eu quero ser o avesso do avesso do avesso. Viva! viva! Os compositores de boa vontade.
Eu já fiz isso outras vezes e posso lhes garantir que tudo vai correr bem, é só vocês tocarem umas baladas e manter o público em movimento, não é tão difícil, eu já vi vocês tocando e garanto que vai dar certo. Tudo ficou bem quando ele falou do cachê e quem iria colocar o som, era tudo que agente queria tocar num estádio com um público de mais de 16 mil pessoas. Naquela noite eu pra variar tava todo de preto e muito nervoso, a banda tava tão tensa que parecia mais um paciente na cadeira do dentista, ficamos ali nos bastidores esperando a nossa vez. De repente aquela voz grave anuncia a banda. Que beleza! Tudo certinho o som perfeito, bateria, baixo, guitarra e voz, isso sim é que é show.
Fizemos o combinado, tome balada, só que as nossas almas roqueiras falaram mais alto, e tome rock, e tome rock e a platéia gostando, pulando e gritando. Então nesse dia nos descobrimos que música é musica não importa o estilo, só precisa ser feita com respeito, com letra, não fazer o que tão fazendo hoje aqui no Nordeste, tem gente acabando com o legado de Luiz Gonzaga, um cara que batalhou tanto pra universalizar o forró. Então vem um monte de gente que usa esse ritmo frenético e sensual que é o forró para banalizar num amontoado de letras maliciosas e uma interpretarão maliciosa. Eu sou um cantor de rock, MPB e adoro Blues, mas sou Nordestino e me dói ter que ligar o rádio e só ouvir essa baixaria. Se isso é arte eu quero ser o avesso do avesso do avesso. Viva! viva! Os compositores de boa vontade.
2 comentários:
Amo o rock, também sempre pensei que outros estilos não podiam se misturá ao rock, pensava eu o mesmo ser intocado, mas certa vez aconteceu coisa parecida com uma bandinha que nós tiamos em nossa cidade, Luiz Gonzaga invadiu a mente de boa parte do pessoal da época que era apaixonado pelo rock unicamente. sim, acho que podem se fundir, só é preferível que não seja pra sempre. Uma vez ou outra sim, mais não pra sempre. Beijos no coração.
Ney, muito legal seu texto, bacana mesmo. Parabéns!!! Além de vc escrever muito bem, através de suas palavras vc conseguiu transmitir com propriedade a importância de se ter estilo e do valor da verdadeira música em forma de expressão cultural.É por aí, persista e não perca sua identidade jamais, pois é isso que torna especial.
Beijo no coração!!!
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